El Ateneo em Buenos Aires

Deixo aqui mais umas fotos de outra livraria emblemática, conhecida mundialmente e por muitos considerada a mais bonita. Falo do El Ateneo em Buenos Aires, situada num teatro do inicio do século 20 que albergou também uma conhecida estação de rádio e que se metamorfoseou em cinema onde foi exibido o primeiro filme com som da história. Tudo isto pertence ao passado glorioso deste teatro feito livraria que conjuga, numa harmonia perfeita, o espírito do teatro com a alma dos livros.

Boekhandel Selexyz Dominicanen em Maastricht

Outra livraria absolutamente fantástica é a Boekhandel Selexyz Dominicanen em Maastricht, construída no interior de uma antiga igreja dominicana, recuperada pelos arquitectos Merkx e Girod. Uma ideia verdadeiramente original, com um resultado único.

Aqui ficam algumas imagens (só não me lembro é do blog de onde as tirei para pôr aqui a referência…)

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Visita à livraria Byblos

Finalmente consegui dar um saltinho à livraria Byblos! E devo dizer que conseguiu superar as minhas expectativas :p

Primeiro foi um bocadinho difícil dar com o sítio, porque no site da livraria não encontrei aqueles mapas muito úteis de como ir ter, assumi então que devia ser no interior do Centro Comercial das Amoreiras. Mas pelos vistos não é, tem de se dar umas voltinhas que as senhoras das informações do centro vos podem indicar (devem receber muitas vezes perguntas como a minha).

Lá dentro, a livraria é um sonho… dois andares cheios de livros, vários sofás muito confortáveis a convidar à leitura e uma música ambiente muito agradável, no volume certo…

Para além disto, é extremamente espaçosa, com diversos expositores que nos chamam a atenção para os títulos em destaque e a maneira como está organizada não é nada confusa (não cheguei foi a experimentar o famoso sistema de procura de livros, embora tenha visto vários ecrãs para esse fim).

Quanto aos títulos, houve imensos que me chamaram a atenção, primeiro li de uma ponta à outra (shame on me), um livro de BD de uma cartoonista que não conhecia e que achei delicioso (embora totalmente feminista), Maitena, de quem deixo uma das tiras (esta sobre o género de prendas que os homens costumam oferecer):

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Depois encontrei um livro para crianças, com gravuras da Sarah Kay, que me fez recuar até a minha infância, quando a minha mãe me comprou e preencheu uma caderneta de cromos lindíssima desta desenhadora

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Sinopse
Neste álbum, Sarah Kay dá muitos conselhos e ensina trabalhos manuais e receitas para cada época do ano. As maravilhosas personagens de Sarah Kay ilustram este livro e guiam a criança através das estações do ano.

Ao longo de um ano, Sarah Kay dá-te muitos conselhos e ensina-te trabalhos manuais e receitas que poderás partilhar com a tua mãe e até com a tua avõ.

As maravilhosas personagens de Sarah kay ilustram este livro e guiam-te através das estações do ano.” In Byblos

Apesar de no site estar marcado a 11€, na livraria estava a apenas 5€. Feita parva não aproveitei, mas amanha volto lá :p

Depois há os clássicos, uma edição do D. Quixote de La Mancha com gravuras a carvão pelo Salvador Dali, a Ilíada e a Odisseia, os livros de Jane Austen (que ando mortinha por experimentar), o Fausto…

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Gostei também de ver uma secção bem destacada dedicada apenas a literatura de viagens, estilo que aprecio bastante e onde encontrei dois volumes dos famosos descobridores portugueses Capelo e Ivens, livros que fazem parte da minha lista de volumes a ter (e obviamente ler), uma vez que para além de gostar do tema em si, tive a oportunidade de lidar com algumas cartas originais quando estive aqui há uns bons anos no Programa Ciência Viva, no Herbário do Jardim Botânico da Universidade de Lisboa.

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E apesar de ser dia da semana, em horário de trabalho para a maioria das pessoas, estava bastante gente na livraria (mas não ao ponto de se tornar desconfortável) pelo que penso que este projecto tem bastante para triunfar, embora a livraria Portugal no Chiado e a Lura dos Livros em Tavira, no Algarve, continuem a ser as minhas livrarias de eleição :p

Conclusão: aconselho!

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Como já devem ter ouvido falar, a livraria Lello, no Porto, foi considerada pelo The Guardian, a terceira mais bonito do mundo. Infelizmente nunca tive a oportunidade de a ver (só fiquei a dormir uma vez no Porto, e mesmo assim acabamos por não ter tempo de ver grande coisa).

Para além desta existem outras livrarias e bibliotecas lindíssimas em diversos países. Enquanto ando num gap literário, vou deixando por aqui fotos daqueles que são, na minha opinião, alguns dos “locais literários” mais bonitos do mundo (embora só os conheça mesmo de fotos…).

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Abre maior livraria do país – Byblos

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Abriu nas Amoreiras, no passado dia 13 de Dezembro, a maior livraria nacional. Chama-se Byblos, tem 3300m2 e possui uma nova tecnologia de acessibilidade que permite encontrar qualquer livro com grande facilidade, assegura Américo Areal, antigo dono das Edições Asa e o senhor que idealizou e concretizou este magnifico projecto.

Para além de 150 mil títulos nas estantes, esta livraria conta ainda com um auditório, uma sala de exposições, uma cafetaria, uma área de venda de revistas e jornais, outra dedicada a CD, DVD e jogos de computador.

Quanto a vocês não sei, mas eu estou mortinha por ir averiguar 😛

Bertrand Vs Editoras

“Bertrand em risco de perder grandes editoras
por Isabel Lucas

Entrar numa livraria Bertrand e encontrar um exemplar de um romance de António Lobo Antunes, de Ian McEwan ou o último livro de José Rodrigues dos Santos pode ser uma impossibilidade. Tudo por causa de um diferendo que envolve aquela cadeia de livreiros e algumas das maiores editoras portuguesas. Desde Maio que a Bertrand Livreiros não faz compras à Gradiva, Cotovia, Porto Editora ou Dom Quixote, para dar alguns exemplos. Em causa está a recusa por parte destas editoras em aceitar as novas condições de compra que consideram ser “impostas” pela Bertrand, grupo recentemente adquirido pelos alemães da Bertelsmann.

Numa circular com a data de 9 de Maio de 2007, a Bertrand Livreiros informava os seus fornecedores sobre alterações no processo de compra, distribuição e devolução de livros. “Informamos que, a partir do próximo dia 14 de Maio de 2007, todas as devoluções e entregas de livros nas Livrarias Bertrand serão da responsabilidade e custo dos fornecedores.” O conteúdo desta nota gerou a contestação de um grupo de editores, entre os quais se conta André Jorge, da Cotovia. “Isto é contrário a toda a lógica”, declarou ao DN. “Mas o que mais me incomodou não foi tanto o conteúdo, mas o tom”, que classifica de impositivo.

Leitura idêntica tem Pedro Sobral. O director de comunicação e marketing da Dom Quixote considerou os novos requisitos da Bertrand como “decisões unilaterais e extraordinárias”, não habituais no relacionamento que existia entre a editora e a anterior administração daquela cadeia livreira.

Sem receber uma encomendas da Bertrand desde Maio, a Cotovia calcula uma queda de 14 por cento no total das suas vendas e chama a atenção para o reflexo que tal medida – suportar os custos da devolução dos livros não vendidos- pode ter no mercado livreiro. “Isso implica, a breve prazo, ter de aumentar o preço de venda dos livros em prejuízo de todos, mas sobretudo do público.”

O facto de terem de ser as editoras a suportar custo das devoluções representa uma perda entre os 4 e os 6 por cento nas margens de cada uma das casas editoriais. Um preço que nem a Cotovia nem a Gradiva, Dom Quixote, Porto Editora Verbo, Lidel e ECL estão dispostas a pagar para ter os seus livros nos escaparates da cadeia de livrarias Bertrand.

Numa resposta remetida ao director-geral da Bertrand Livreiros, André Jorge fez uma contraposta. “Um levantamento de mercadoria devolvida apenas uma vez por mês e num mínimo de 15 livros por livraria”, Isso além de um desconto geral único de 40 por cento em vez dos 42 que a Bertrand propunha. Não recebeu resposta. Não voltou a ter encomendas. O mesmo que aconteceu com a Dom Quixote. Perante essa unilateralidade [da Bertrand] a Dom Quixote tentou resolver a questão até que a Bertrand deixou de fazer compras.”

Recusando-se a comentar questões contratuais (cada editora tem as suas) e o que considera ser uma inflexibilidade por parte da Bertrand, Pedro Sobral não contabiliza, para já, prejuízos. “Temos planos contingência, já que o mercado não é cem por cento previsível.” Isso passa, por exemplo, por vender em canais alternativos. “Este é um dado novo e o que queremos é permitir aos nosso autores a mesma visibilidade e capacidade de chegar aos seus leitores.”

Fonte: Diário de Notícias ”

Nota: não copiei esta notícia directamente do Diário de Noticias porque não a consegui encontrar on-line, por isso utilizei como fonte o fórum Bad Books Don’t Exist.

Sinceramente, o que me preocupa nesta história, é o facto de a Bertrand estar a tentar puxar o mercado de maneira a que sejam as livreiras e não as editoras a estabelecer as regras, o que na minha opinião, tornará inevitavelmente o mercado dos livros ainda mais economicista, sendo os leitores os verdadeiros prejudicados nessa situação.

Raramente comprei livros na Bertrand, uma vez que sempre achei esta muito mais cara do que a FNAC ou mesmo algumas livrarias tradicionais, como a livraria “Portugal” na Baixa de Lisboa, onde os empregados fazem quase sempre uma atençãozinha ao preço do livro. Depois desta notícia, penso que não voltarei a fazer compras nesta livraria, a minha pequena forma de protesto…